terça-feira, 29 de julho de 2008

OS ECOS
(ou a equipe)
parte II



A DIREÇÃO
Patrick Campbell é intérprete, diretor e pedagogo. Formado em Estudos Modernos Ibéricos e Latino-Americanos na Universidade de Londres. É Mestre em Artes Cênicas pela Universidade Federal da Bahia, no Brasil.

Estudou com diversas companhias e profissionais do teatro, incluindo Odin Teatret, Vladimir Ananyev, Katya Kamotskaya e Albert Filozov da Escola Russa de Interpretação, Triangle Theatre e COSmino Theatre, além de tomar aulas de dança afro com Kokuma Dance Company e de dança afro-baiana com Tânia Bispo e Augusto Omolu. Estudou canto lírico e jazz com Venice Manley e gospel com Jacek Scarso.
Patrick Campbell
Como ator, trabalhou na Europa e na America Latina. Começou sua carreira como membro de Bare Essentials, um grupo de teatro baseado em Coventry, Inglaterra. Participou em três montagens da companhia: Dreamweavers, Olim e Vagrants, que fez turnê no Reino Unido e na Dinamarca. Em 2001 foi protagonista do monólogo Steve Swing dirigido por Jacek Scarso e apresentado na Central School of Speech and Drama em Londres. Em 2005, foi ator convidado em Poolball do Grupo Dimenti (Salvador – BA) interpretando Hamlet de William Shakespeare.

Em Salvador, de 2002 até 2004, trabalhou como preparador vocal assinando a preparação vocal para os espetáculos O Príncipe do Sol de Tupã Teatro (2002), Uma Trilogia Baiana de Meran Vargens (2003), e Chuá do Grupo Dimenti (2004).
Em 2006 era artista em residência no Contact Theatre em Manchester no Reino Unido, onde assinou a direção e protagonizou o espetáculo "O Homem que foi Enterrado Vivo pela Mãe”.

Professor teatral no Reino Unido e no Brasil, em 2005, foi curador de Xamanismo e o Ator, um evento internacional co-organizado pela Universidade de Leeds e a Universidade Federal da Bahia, em colaboração com COSmino Theatre. Também organizou e coordenou uma serie de oficinas e eventos para jovens na Grã-Bretanha, na Espanha, na Polônia e no Brasil. Em agosto de 2007, Patrick começou a cursar o doutorado em teatro no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA, focalizando no teatro pós-dramático brasileiro.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

APOIADORES


O projeto Labirintos é ousado. Por ser diferente, grande e por não ser simples ou fácil de realizar. No entanto, não foi contemplado com nenhum prêmio de edital de monatagem quer seja do poder público ou da iniciativa privada. Também não há captação por leis de incentivo nem muito menos patrocínio de qualquer tipo. E assim, fazer teatro, que já é difícil, torna-se quase impossível. Quase. É por isso que ainda fazemos.


O projeto Labirintos conta apenas com a vontade e perseverança de sua equipe e com a ajuda de amigos e seu fundamental apoio:

(CLIQUE PARA AMPLIAR)

terça-feira, 22 de julho de 2008

TESEU
(e seus encontros)


Ao chegar a Creta, TESEU apresenta-se ao rei MINOS como um dos quatorze jovens a serem sacrificados ao MINOTAURO e também como príncipe de Atenas e portanto seu inimigo, que veio para matar o monstro e libertar seu povo.

ARIADNE, princesa de Creta, apaixona-se imediatamente pelo destemido rapaz que desafia seu reino e sua família. Ela se propõe a ajudar o rapaz a escapar da morte e pede a DÉDALO, inventor do labirinto uma solução para a prisão. Este, então, entrega à jovem um novelo de lã para que ela segure uma ponta à entrada do labirinto e entregue a outra ao herói para que ele desta maneira possa fazer o caminho de volta e achar a saída.

Teseu assim o faz: entra no labirinto, encontra, enfrenta e mata o Minotauro. Em seguida foge com sua amada para a ilha de Naxos, onde fazem amor. Porém, Teseu abandona Ariadne adormecida e parte de volta a Creta com sua cunhada, FEDRA.


No entanto, em seu retorno, Teseu esquece-se da promessa que fez ao pai de voltar num barco de velas brancas em sinal do sucesso de sua empreitada e o fim do luto. Egeu, ao ver as velas negras ao mar, desespera-se por não suportar mais um fracasso e precipita-se ao mar, que adota o seu nome.

Trecho da fala de Minos (Bruno Guimarães) na cena com Teseu:

Isso tudo é finito. Tudo isso é ilusão. Os brilhos mais duradouros exigem muito mais trabalho do que vencer um rei, uma fera, erguer uma espada. É tão gozado ver você de espada na mão, todo herói contra esse sacrifício. Mas sua cegueira ignora os labirintos sombrios dentro de você. Há tantas coisas que o seu saber ignora, garoto. Mas não tenha pressa. Você irá aprender. O labirinto te espera. E se estou bem certo, o minotauro será o seu primeiro e último mestre.

Bruno Guimarães e Leandro Villa
OS MITOS


Os mitos gregos de Dédalo, Teseu e Pasifae têm um ponto em comum: o labirinto do minotauro. Suas histórias, que já dizem tanto cada uma, multiplicam seus significados quando se tocam na prisão do monstro. Seu construtor e vítima. A rainha, mãe da aberração. O herói a libertar seu povo.


Ao todo o grupo encarna dez personagens:


ARIADNE - Raiça bomfim

DÉDALO - Gordo Neto

EGEU - Mônica Santana

FEDRA - Márcia Lima

ÍCARO - Cláudio Machado

MINOS/MINOTAURO - Bruno Guimarães

PASIFAE - Jacyan Castilho

TALO - Daniel Farias

TESEU - Leandro Villa

quinta-feira, 17 de julho de 2008

POEMA DA PAIXÃO

No processo de criação, o diretor pediu que o elenco escrevesse alguns poemas para as fases de suas personagens. Raiça Bomfim, que já gosta do ofício, traduziu em versos a paixão de Ariadne e este é o seu texto na cena de encontro com Teseu:

Entreguei-me à escuridão
pra ser teu guia luminoso.
Ao ver a face do herói,
me achei rainha.
Dá-me a coragem de teu corpo Raiça Bomfim e Leandro Villa
e teu pêlo em meu entorno.
Saca-me os aros, os panos,
as maneiras.
Despoja-me de tudo que não
seja estrelas
e lança-me no espasmo.
É imenso esse lugar,
a noite nos anseia.
Hei de sangrar vestida por
tua virtude.
Que então dessangre a estirpe,
o nome, a realeza...
Tua áfrica me dita os poros
e que eu te afrodite
no gérmem da delícia,
meu amor,
meu amor,
meu amor.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

OS ECOS
(ou a equipe)
parte I

O Vilavox queria estrear uma nova peça esse ano, com um diretor convidado. Patrick veio com sua idéia mitológica e aos poucos mais e mais pessoas foram aparecendo e construindo juntas esses labirintos.

OS SONS
Uma galera que chegou com cara, coragem e muita vontade criativa foram os músicos que têm colaborado muito na resolução de cenas, contando, é claro, com a participação imprescindível do preparador vocal do grupo. São eles:

Marcelo Jardim, Nando Zâmbia, Diana Ramos, Jarbas Bittencourt e Daniel Neto

passe o mouse para ver os nomes e clique para ampliar

terça-feira, 15 de julho de 2008

DÉDALO

(seu filho e seu sobrinho)

DÉDALO era um gênio, o maior inventor e arquiteto de Atenas. TALO era seu sobrinho-aprendiz, inventor do compasso e serrote e que aos poucos, seguindo os passos do mestre, começa a superá-lo. Invejoso dele, Dédalo o leva ao alto do Templo da Deusa Atena e o empurra para a morte, mas antes que este chegue ao chão, a Deusa o transforma num pássaro, uma perdiz.

Com medo da punição dos deuses, Dédalo foge com seu filho ÍCARO para Creta, reino rival onde é recebido pelo rei MINOS e logo recebe a encomenda de construir uma prisão para o monstro MINOTAURO de onde ninguém possa sair. Dédalo assim o faz e constrói sua maior invenção: o labirinto. Porém, por ter ajudado PASIFAE em seu amor com o touro e ter dado o fio que ARIADNE entrega a TESEU para escapar do labirinto, é aprisionado pelo rei em sua própria obra-prima após a morte do minotauro.

Após anos presos, pai e filho catam as penas das aves e a cera das abelhas para confeccionar asas e fugir do labirinto por cima, como pássaros. Porém ao voarem, Ícaro, desobediante ao pai, encanta-se com o brilho do sol e o calor do astro desfaz suas asas condenando-lhe à queda fatal. Dédalo encontra o corpo de seu filho e ao enterrá-lo percebe uma perdiz ao lado do seu túmulo. Dessa forma entende que os deuses finalmente o puniram, matando seu filho do alto, como fez com seu sobrinho.

Trecho do monólogo de Dédalo, escrito e interpretado por Gordo Neto:

Eu obedeci. Eu fiz. E agora somos nós que estamos aqui. A minha paga foi essa: o infeliz me prendeu na minha obra. Quando a arte está a serviço do rei, o artista está preso.


Gordo Neto e Cláudio Machado

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Precisamos da sua ajuda! Um dos cenários da peça será feito com FILTROS DE CAFÉ USADOS. Você tem? Sabe quem tem? Alguma dica? Por favor deixe um comentário aqui embaixo. Não jogue fora o que pode virar arte! Deixe quantos filtros você puder aqui no teatro, nominados ao Grupo Vilavox. Se você não pode trazer a gente dá um jeito buscar! A recompensa é ajudar uma produção teatral criativa e sem recursos e contribuir diretamente com o nosso projeto! Desde já, muito obrigado!
Contatos: vilavox@teatrovilavelha.com.br 3083-4616


FOTOS




A fotógrafa Carol Garcia veio a um de nossos ensaios e tiramos algumas fotos para a divulgação do espetáculo. O que podemos adiantar é que ficaram muito boas, como vocês podem ver aqui ao lado. Uma delas estará no postal do Vila de agosto.
Na foto Bruno Guimarães veste o Minotauro (clique para ampliar)

domingo, 6 de julho de 2008

O CAMINHO
(ou o processo)


Para contar os mitos de Teseu, Dédalo e Parsifae, o Vilavox se lançou num processo de criação coletivo, sob a direção de Patrick Campbell, doutorando em Artes Cênicas pela Escola de Teatro da UFBA. De abril para cá, direção e atores entraram num processo intenso de ensaios, reuniões, reflexões e produção de imagens e cenas, para aproximar essa história dos nossos dias. O que esses símbolos e arquétipos têm a nos contar é a pergunta que norteou todo o processo de criação.

De forma livre, os atores foram improvisando cenas, imagens, partituras físicas. Com estímulos construiram poemas, canções, movimentos. Esses materiais foram ganhando mais corpo, sentidos e dando forma a dramaturgia de Labirintos, completamente coletiva e desenhada pelo grupo. Essas costuras não são coisa simples, mas a direção busca atentamente ir colando e completando os sentidos das histórias.

Jarbas Bittencourt compondo com o elenco


Um elemento fundamental desse trabalho é a musicalidade, marca presente em todos os espetáculos do Vilavox e que tem grande peso nessa nova montagem. Patrick é um pesquisador das sonoridades e das músicas tradicionais de diferentes culturas, guardando em sua bagagem e memória canções nas línguas mais variadas. Com essa enciclopédia sonora, o diretor foi trazendo para Labirintos, canções búlgaras, francesas do período medieval, entre outras. Para entoar os cantos com técnica e afinação, o grupo acompanha semanalmente as aulas de Marcelo Jardim, que assina a preparação vocal do elenco.

A textura musical intercultural vem ganhando maior peso e colorido com as intervenções de Jarbas Bittencourt, na direção musical. O músico é um parceiro indissociável do Vilavox e está compondo uma cama de sons generosa. Com a participação de três músicos, os atores vão fazer música com objetos simples, instrumentos, voz e a própria estrutura do teatro, que se transforma num inebriante labirinto de sons.

Todo esse som reverbera nos corpos que se movimentarão das formas mais inusitadas. A espetacularidade é a tônica: rappel, pernas de pau, dança, coreografias, teatro físico fazem parte dos elementos desse projeto cênico. A preparação corporal para dar conta de toda essa variedade de técnicas e movimentos está por conta de Líria Morays.

Os ensaios são diários até a estréia de Labirintos, no dia 1° de agosto, no Vila Velha. É aguardar e conferir esse trabalho promissor.

Leandro Villa e Bruno Guimarães
O grupo discute cada passo do caminho O CENÁRIO

A cenografia fica por conta de Cláudio Machado, Yoshi Aguiar e Deilton José que trouxeram uma primeira maquete do cenário do palco principal do teatro, que será o labirinto propriamente dito. Ao todo são 102 praticáveis usando diversos níveis e formando estrutras espirais, rampas, plataformas e arquibancadas por onde o espetáculo e a platéia devem percorrer. Agora é pôr a mão na massa!