domingo, 6 de julho de 2008

O CAMINHO
(ou o processo)


Para contar os mitos de Teseu, Dédalo e Parsifae, o Vilavox se lançou num processo de criação coletivo, sob a direção de Patrick Campbell, doutorando em Artes Cênicas pela Escola de Teatro da UFBA. De abril para cá, direção e atores entraram num processo intenso de ensaios, reuniões, reflexões e produção de imagens e cenas, para aproximar essa história dos nossos dias. O que esses símbolos e arquétipos têm a nos contar é a pergunta que norteou todo o processo de criação.

De forma livre, os atores foram improvisando cenas, imagens, partituras físicas. Com estímulos construiram poemas, canções, movimentos. Esses materiais foram ganhando mais corpo, sentidos e dando forma a dramaturgia de Labirintos, completamente coletiva e desenhada pelo grupo. Essas costuras não são coisa simples, mas a direção busca atentamente ir colando e completando os sentidos das histórias.

Jarbas Bittencourt compondo com o elenco


Um elemento fundamental desse trabalho é a musicalidade, marca presente em todos os espetáculos do Vilavox e que tem grande peso nessa nova montagem. Patrick é um pesquisador das sonoridades e das músicas tradicionais de diferentes culturas, guardando em sua bagagem e memória canções nas línguas mais variadas. Com essa enciclopédia sonora, o diretor foi trazendo para Labirintos, canções búlgaras, francesas do período medieval, entre outras. Para entoar os cantos com técnica e afinação, o grupo acompanha semanalmente as aulas de Marcelo Jardim, que assina a preparação vocal do elenco.

A textura musical intercultural vem ganhando maior peso e colorido com as intervenções de Jarbas Bittencourt, na direção musical. O músico é um parceiro indissociável do Vilavox e está compondo uma cama de sons generosa. Com a participação de três músicos, os atores vão fazer música com objetos simples, instrumentos, voz e a própria estrutura do teatro, que se transforma num inebriante labirinto de sons.

Todo esse som reverbera nos corpos que se movimentarão das formas mais inusitadas. A espetacularidade é a tônica: rappel, pernas de pau, dança, coreografias, teatro físico fazem parte dos elementos desse projeto cênico. A preparação corporal para dar conta de toda essa variedade de técnicas e movimentos está por conta de Líria Morays.

Os ensaios são diários até a estréia de Labirintos, no dia 1° de agosto, no Vila Velha. É aguardar e conferir esse trabalho promissor.

Leandro Villa e Bruno Guimarães

Um comentário:

Gustavo Libório disse...

Tenho parte nisso aí, viu?!
Hehehehe!
Sucesso para vcs!
Gustavo Libório